quarta-feira, 28 de agosto de 2013

As parteiras tradicionais


Durante centenas de anos as parteiras atuavam como sempre fizeram desde que a humanidade existe e sequer entendiam o quanto era importante. Diferente da maioria das profissões ser parteira é muito mais do que estar presente na hora do parto e nascimento. É ajudar a mulher e aparar o bebê. Não escolhemos esta profissão assim como as demais profissões onde as pessoas escolhem, prestam vestibular e se aprovados cursam alguns anos recebem um título e acreditam estar prontas para exercer. 

Torna-se profissional antes de ter a experiência, apenas com a teoria e no máximo algum tempo de estágio. No ofício de parteira sentimos o chamado de alguma forma e geralmente nos aproximamos da prática seja com nosso próprio corpo ou com outras mulheres ou ajudando alguma parteira. Nascemos com o DOM, é missão de vida. Entendo que alguns outros ofícios também nascem com a pessoa. Dom é diferente de talento. 

A cada parto aprendemos mais e mais por isso, quanto mais antiga mais experiente e mais sábia é a parteira. Diferente das profissões modernas que se dá todo mérito aos recém-formados, no nosso caso de parteira o tempo e a experiência qualificam a profissional, e assim quando já idosa com muitas décadas de experiências não precisa mais estar nos partos, é sim mestra para ensinar e contar as histórias de vida e morte, de dor e alegrias, de bebês que se fizeram gente grande, de reconhecimentos e injustiças. Se ela formou aprendizes herdeiras do seu saber estas seguidoras irão beber dessa fonte e com segurança e determinação dar continuidade a essa tradição milenar honrando sua mestra e as ancestrais ante passadas.

Nos últimos anos em vários países, e o Brasil se inclui fortemente, estamos numa fase de emersão conquistamos visibilidade. Historicamente é cíclico que a existência e prática das parteiras emergem nas diferentes sociedades, e galgam visibilidade e reconhecimento. Depois vem as tentativas de mudanças de descréditos por parte dos sistemas vigentes e de grupos sociais específicos, voltam as perseguições as iniquidades e as injustiças. Mais uma vez as parteiras voltam ao estado latente, porém sem nunca deixar de atuar, seguem na invisibilidade partejando silenciosamente e solitariamente como forma de cumprir a missão de sobreviver e continuar existindo.

Embora muitas pessoas em diferentes sociedades acreditem que as parteiras não existem mais ou estão em extinção como parte da natureza, o elo jamais foi rompido, sobrevivemos a caça às bruxas no obscuro período da inquisição, sobrevivemos a hegemonia hospitalocêntrica criando a cultura da cesariana desnecessária e aqui estamos queridas amigas e companheiras parteiras, existimos porque resistimos, somos nós mesmas parteiras que sabemos o que fazer e como atuar nas horas de escuridão e injustiças, sabemos também que nas fases de euforia e modismos precisamos cuidar do que nos é mais precioso: nosso Saber e prática repassado de geração em geração entre mulheres e homens de espírito feminino. Aqui estamos, em todos os lugares deste planeta presentes no momento sagrado em que um novo Ser brota da Pachamama saindo de dentro de uma mulher trazendo luz e esperança.



Axé, namastê, que a grande Mãe nos abençoe.


Suely Carvalho –  61 anos, 39 anos de ofício de parteira tradicional. 

domingo, 25 de agosto de 2013

A união das mulheres

O “Gang Gulabi” (ou o exército de sari rosa) é um grupo de mulheres, na empobrecida região da cidade de Banda, no norte da Índia. O Gulabi intervém em casos de violência doméstica, atacando os maridos abusivos com "laathis" (varas de bambu). Atualmente, lutam para combater o casamento infantil, eliminar o sistema de dote e derrotar o analfabetismo feminino.





quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Parto Humanizado



O parto no hospital pode ser humanizado. O parto em casa pode ser humanizado. Até uma cesariana pode ser humanizada, quando bem indicada. A Humanização está na mulher como dona do seu parto.

O Parto é da Mulher!

O PARTO HUMANIZADO é um direito de TODAS as mulheres.

É o parto em que a mulher e o bebê são tratados com respeito e as intervenções médicas só ocorrem se necessário ou desejado pela gestante.

 É direito seu:

• Ser ouvida, ter suas dúvidas esclarecidas e poder se expressar, sem vergonha de chorar, gritar ou rir. Ninguém pode ignorar, maltratar ou mandar você se calar.

• Ficar livre para se movimentar, o que ajuda a aliviar a dor.

• Ter um acompanhante, que pode ser quem você quiser.

• Usar roupas que não causem vergonha ou desconforto.

• Recusar a lavagem intestinal e a raspagem de pelos, que são desnecessárias.

• Receber alimentos leves e líquidos se sentir fome ou sede.

• Não permitir que rompam a sua bolsa antes de ela arrebentar sozinha, porque isso pode aumentar as dores e contrações, fazer o bebê entrar em sofrimento e causar uma complicação gravíssima, chamada prolapso do cordão umbilical.

• Só receber o soro para apressar o parto (indução com ocitocina) se for necessário, porque ele aumenta muito as dores e pode fazer o bebê entrar em sofrimento.

• Só receber a anestesia se quiser e depois de ser informada sobre os riscos.

• Recusar o corte da vagina (episiotomia). Às vezes o médico faz um corte quando precisa usar o fórceps, ou quando o bebê tem que nascer rápido. Mas, se tudo estiver bem, esse corte não é necessário. Sete entre dez mulheres não laceram (não rasgam), e as que laceram normalmente têm ferimentos menores do que os de um corte.

• Parir na posição que achar mais confortável. Parir deitada com as pernas para cima dificulta a oxigenação (respiração) do bebê dentro da barriga, faz o parto demorar mais e leva você a fazer mais força, aumentando as suas chances de lacerar.

• Só fazer cesariana caso ela seja necessária, e depois de informada do motivo e dos riscos envolvidos. A cesariana feita sem motivo aumenta em três vezes a chance de você ou o bebê morrerem. Menos de 15 em cada 100 gestantes realmente precisam de cesariana. Antes de escolher um médico, veja se o percentual de cesarianas dele não está muito acima disso.

Depois de parir, se você e seu bebê estiverem saudáveis, é direito seu:

• Ter contato físico imediato com seu bebê assim que ele nascer.

• Exigir que esperem que o cordão pare de pulsar para cortá-lo, o que diminui as chances de o bebê ter anemia, além de ser mais confortável para ele.

• Ficar com o bebê sempre junto de você, amamentando-o à vontade.

• Recusar que ofereçam ao bebê água com açúcar, leite artificial, bicos, chupetas e mamadeiras, porque prejudicam a amamentação.

• Receber orientações sobre a amamentação e suas vantagens.

PESQUISE. Se o que o seu médico diz é diferente do que dizem os órgãos oficiais (como a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde do Brasil), desconfie.

DENUNCIE. Impedir o exercício desses direitos é VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA. Denuncie junto à administração do hospital, ao Ministério Público ou à Ouvidoria do seu Município.

EXIJA. Não tolere a violência obstétrica calada.

Lute por você e seu bebê. 

  *Fonte: Parto Humanizado

terça-feira, 13 de agosto de 2013

A importância da boa alimentação


Temos a tendência de viver a vida no piloto automático. Ingerimos grande parte da nossa dieta pela força do habito, cuja raiz está firmada na mente - relacionada com as memórias armazenadas ao longo da vida, com a maneira que aprendemos a reagir às percepções e ao meio em que vivemos. 

O que somos é resultado da síntese dos alimentos físicos e energéticos que ingerimos. Eles fornecem para o organismo o material necessário para o processo metabólico que nutre a vida. São os melhores medicamentos. Quando adequados para o nosso corpo e devidamente digeridos, contribuem para nos tornar saudáveis. Nossa saúde, peso ideal, estabilidade emocional, acuidade mental e bem estar geral dependem do que ingerimos e digerimos. 

Para o ayurveda cada alimento apresenta um ou mais sabores que estão relacionados com sensações e sentimentos. São reconhecidos seis sabores: 

a) doce: sabor nutritivo, tônico, rejuvenescedor. Harmoniza a mente e está relacionado ao sentimento de contentamento. Em excesso causa apego (ex: leite, frutas doces, arroz)

b) ácido: estimulante, digestivo, aumenta o apetite; ativa o metabolismo e funções cerebrais. Em excesso causa raiva, impaciência e inveja.  (ex: iogurte, vinagre)

c) salgado: digestivo, aumenta o apetite; diminui a ansiedade. Em excesso causa letargia, cobiça, raiva. (ex: sal, algas)

d) picante: estimulante, expectorante, aumenta a circulação e limpa os canais energéticos. Em excesso causa raiva e impaciência. (ex: pimentas, gengibre)

e) amargo: desintoxicante, limpa o sangue; purifica a mente e as emoções. Em excesso causa ansiedade, medo e insonia. (ex: hortaliças, chá verde)

f) adstringente: anti inflamatório, seca secreções excessivas e sangramentos; esfria a mente. Em excesso causa ansiedade, preocupação, medo e insonia. (ex: grãos, alface, aspargos)

Uma dieta equilibrada deve ser variada, com a presença de todos os sabores em equilíbrio. 

Namastê!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

SURYANAMASKARA - SAUDAÇÃO AO SOL

"Entre os hindus, a "saudação ao sol (surya é o sol)" é uma reverência ao astro-rei que nasce. Série de exótica beleza plástica, constitui preparo para os demais ásanas, em virtude de movimentar as várias seções da coluna, as pernas, os braços e os músculos abdominais. (...) A saudação ao sol é a melhor coisa a fazer para bem iniciar um dia feliz; deve-se iniciar com duas repetições, acrescentando uma sempre que vir que pode fazê-lo. O máximo de repetições é dez". 

Trecho retirado do livro "Autoperfeição com Hatha Yoga" do Professor Hermógenes. 

Breve descrição de como fazer a série:



a) Dé pé, olhos fechados, voltado de preferencia para o nascente, pés unidos, junte as mãos à altura do peito, como em oração. Limpe os pulmões, exalando todo o ar e retraindo o abdômen.

b) À medida que lentamente inspira, eleve os braços acima e atrás da cabeça.

c) Enquanto expira, abaixe o tronco, braços alongados, com a cabeça entre eles, até atingir os solos com as palmas das mãos, as quais devem chegar ao ponto mais próximo dos pés. 

d) Toque as mãos no chão e inspirando leve para trás uma das pernas e depois a outra, apoiado sobre as palmas das mãos e sobre as pontas dos pés, formando uma prancha com o corpo. 

e) Expirando, flexione os braços e toque o solo com a fronte, o peito, os joelhos e as pontas dos pés, tendo as nádegas levantadas. 

g) Inspirando, abaixe o abdômen e as pernas, apoiando-as sobre o solo, enquanto os braços se esticam, mantendo o tronco quase na vertical.  

h) Expirando, sem deslocar os pés e as mãos, eleve o quadril e as nádegas, ficando a cabeça entre os braços em adomuka (postura do cachorro olhando pra baixo). 

i) Inspirando, traga uma perna a frente, e depois a outra, voltando a posição em pé, fazendo nova inspiração lenta e profunda, conduzindo as mãos para o alto, terminando na expiração, levando as mãos unidas em frente ao peito.

Boa prática!

Namastê!